sábado, 24 de março de 2007

Alma agonia


Porque ocorre tanta agonia?
Se agora possuo uma alma vazia...
Não há espaço para dor ou alegria.
Pois agora possuo uma alma vazia
Estilhaços do passado, um futuro esfumaçado,
É apenas o que resta, na minh'alma vazia.

domingo, 18 de março de 2007

Maturidade





“(....)Pelo menos era assim que descrevia a situação para si mesma, embora a explicação sempre lhe parecesse algo insuficiente. Afinal, o que era a vida adulta se não um momento de fraqueza sobreposto a outro? A maioria das pessoas simplesmente entrava em forma como criancinhas obedientes, fazendo exatamente o que a sociedade esperava delas a qualquer momento,e o tempo todo fingiam na verdade ter feito algum tipo de escolha.”

Criancinhas- Tom Perrotta

quarta-feira, 7 de março de 2007

Curta reflexão sobre o movimento estudantil....




Foi-se o tempo em que ser estudande de uma Universidade Pública era sinônimo de engajamento pelas causas sociais importantes ao país.

Foi-se o tempo em que os militares perseguiam os estudantes dos centros acadêmicos pois estes representavam um perigo e um questionamento ao poder estabelecido. Era o grande auge e o último suspiro da força estudantil.

Depois disso vieram poucas manifestações de importância para o movimento, a maior delas foram os caras pintadas, que com uma pequena manipulação da mídia, foram os "responsáveis" pelo Impeachment do Presidente Collor. Seguia-se aí o óbito da força estudantil.

Os revolucionários que me desculpem, mas faço esta pequena retrospectiva para mostrar a minha extrema indignação com relação aos estudantes dizem querer mudar este país. Este movimento tornou-se algo sem causa, agora tudo é motivo de manifestação, e isso tornou-se tamanha bagunça que hoje vieram interromper uma aula para convidar os estudantes para uma manifestação em homenagem ao dia da Mulher, que irá protestar contra o machismo, a discriminação de cor, raça e classe social e contra a vinda do presidente Bush para o Brasil.

Alguém já viu tamanha salada? Até mesmo os próprios estudantes que não participam do movimento estão fazendo brincadeiras com isso.É uma indignação sem causa, o protestar apenas pelo protestar...

terça-feira, 6 de março de 2007


Curtas reflexões lingüísticas...




O que é novo na lingüística? Porque temos tanto medo de trabalhar com algo que nos é tão comum quanto a língua? Porque todos preferem a literatura, que é o resultado de um trabalho com a língua ,do que a própria língua?

Estas questões me perseguem desde que comecei a faculdade e ainda não consegui respostas para nenhuma delas.

Ontem assistindo aula com o primeiro ano de Letras e vendo aquelas caras de terror misturado com um pouco de curiosidade me lembrei de quais eram as minhas esperanças quando comecei a fazer faculdade e onde consegui chegar...caminhos definitivamente opostos.

Sempre gostei de literatura, ainda gosto, na verdade meu objetivo principal quando entrei no curso superior era cursar literatura e inglês, no entanto foi completamente desviado: acabei entrando numa pós em Lingüística e me especializando em italiano.

Quanto a mudança do inglês para o italiano, não me arrependo nem um pouco. O italiano foi paixão à primeira vista. Continuo fazendo e usando o inglês, acho que línguas estrangeiras são sempre bem-vindas.

Com relação a literatura, esta foi uma descoberta mais árdua....Descobri que gostar de ler não necessariamente nos leva a querer analisar obras literárias. Foi desilusão a primeira vista, pois não tínhamos espaço para expor nossas próprias idéias, apenas repetir aquilo que os professores falavam ou que algum crítico famoso tinha exposto em algum livro. Isso entope nossas vias pensantes e teve uma consequência maior que eu esperava.

Se refletiu na lingüística....Aprendi a gostar de lingüística, porém aquele terrorismo que os professores de literatura faziam com os alunos deixou seqüelas também na análise da língua. Todos os lingüístas falam que a língua é um objeto lindo, fácil de ser analisado, porém quando é a vez dos alunos analisarem isso não acontece. Não há discussão de idéias novas, apenas um repeteco do que Saussure disse ou que Chomsky disse e assim vai...

Nem os próprios lingüístas assumem de onde foram buscar inspiração para aquilo que eles escrevem. Os grandes nomes desta ciência foram gênios que tiveram revelações sobre a língua e apagaram tudo o que foi dito antes por filósofos e outros lingüístas.

Estas "revelações" amedrotam os alunos. Pobres mortais que nem ao menos tem segurança de trabalhar com aquilo que usam diariamente. Adoro lingüística e assumo que estes medos que os alunos carregam consigo, eu também possuo.

Espero sinceramente que isto acabe. Meu medo de trabalhar com a língua e o medo de outros alunos...que os deuses da literatura e da lingüística se tornem mortais como nós.