quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

O homem com armadura de ferro...


Para aquele que me impede de vestir minha armadura...aquele que faz as coisas valerem à pena.


Finalmente acabara. Olhava com grande entusiasmo e admiração para sua grande obra: era a armadura perfeita. Prateada, coberta de ferro, diamantes, fibra de vidro, tinha sido projetada para se tornar uma arredoma impenetrável.Lembrou-se da primeira vez em que idealizou este projeto: era jovem apaixonado e inocente, sofreu uma grande decepção e queria tanto se isolar de tudo e de todos que colocou no papel sua grande idéia.Tentou mais algumas vezes, mas quanto mais se machucava, mais apareciam idéias de formas e materiais que deixariam seu projeto cada vez mais interessante...Formas de se tornar inacessível.Agora estava pronta, olhava para sua peça com a admiração de um pai que olha para um filho que acabara de nascer. Precisava se arrumar... tinha uma grande festa para dar, uma festa de despedida, depois da festa iria se isolar de seu mundo....Estava muito entusiasmado, nunca mais precisaria sofrer.A festa foi maravilhosa, com todas as pompas e despedidas que se dá a alguém que viaja para bem longe, vai morar no exterior, ou mudar de cidade. Era chegada a hora.Exatamente a meia-noite pegou sua armadura, vestiu-a e foi dormir. Sonhou com um mundo só seu onde não tinha ninguém a não ser uma pequenina rosa como distração e companhia...Assim os dias iam se passando, seu sonho estava se tornando realidade, não possuía mais a companhia de ninguém, todos os que tentavam se aproximar, até mesmo querendo tornar-se seu amigo, ficavam assustados com a aquela aterrorizadora armadura. Passou a se isolar do mundo e dele sentia falta...Como em seu sonho, agora tinha apenas uma rosa como companhia, a rosa não falava, não se expressava, mais também não o machucava.Ficara igual ao Doutor Frankstein, que querendo superar a morte, acabou vendo sua criatura virar-se contra o criador. Devagarinho estava morrendo, morrendo de solidão...Uma noite deitou e acabou sonhando com um outro mundo, um mundo onde todos que amava estavam ao seu lado...tinha acabado de morrer, seu espírito não agüentou de solidão.
O homem sentiu sempre- e os poetas freqüentemente cantaram- o poder fundador da linguagem, que instaura uma sociedade imaginária, anima as coisas inertes, faz ver o que ainda não existe, traz de volta o que desapareceu.
Émile Benveniste

Maurice Ravel




Maurice Ravel nasceu em Cibouren no país basco francês em 1875 e morreu em Paris em 1937. Iniciou seus estudos no conservatório de Paris em 1889. Embora contemporrâneo de Debussy, havia um pouco mais de treze anos de diferença entre os dois músicos, e sendo tratados como mestre e discípulo; estes dois músicos possuíam estilos diferentes.
Debussy iniciou o definitivo rompimento com o romantismo e o germanismo, caminhando em direção à atonalidade. Ravel também filiou-se ao estilo.
Debussy e Ravel tornaram-se o que chamamos de músicos impressionistas. A semelhança entre eles acaba aí. Existe uma polêmica entre os estudiosos sobre a influência que Debussy teve sobre Ravel, o que se concluiu é que apenas houve o que chamamos de paralelismo musical.
Uma das obras mais conhecidas de Maurice Ravel é Bolero. O tema é simples e agradável, possui cerca de desseseis compassos divididos em duas partes de oito e apresentados por quatro compassos de um ritmo que não muda ao longo da obra.

http://www.edu-negev.gov.il/tapuz/motytp/atar/scripta/games/boleroclip.htm